Você sabia que o fauvismo na arte conquistou a denominação de expressão artística somente em 1905? Pois foi isso que aconteceu. Representando liberdade e ousadia em termos criativos, o fauvismo exerceu um papel crucial nas artes plásticas.
O fauvismo na arte não foi exatamente uma corrente artística coesa e organizada. No entanto, reuniu artistas que sofreram influência de nomes como Van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903).
O primeiro dispensa apresentações. E Paul Gauguin, artista francês pós-impressionista, teve na sua obra intitulada O cristo amarelo, seu trabalho mais importante seguindo o estilo fauvista.
Neste quadro, Gauguin explorou contorno acentuado, linhas rudes e cores intensas como o amarelo. Aliás, principalmente na pintura, o fauvismo soube explorar as cores de modo bastante inovador.
Um pouco de história da arte
O fauvismo foi uma corrente artística que teve como berço de origem a França. Sua data de início remete ao ano de 1901. No entanto, nesse período, esse estilo ainda não era considerado um movimento artístico, mas apenas uma tendência.
O fauvismo na arte conquistou seu apogeu entre 1905 e 1907. Apesar de representar um curto período na longa e complexa história da arte, o estilo contou com inovações emblemáticas, como o fato de ter influenciado a dissociação entre a arte moderna e o padrão estético da época.
Os artistas integrantes do movimento fauvista apareceram publicamente pela primeira vez em 1905, no Salão de Outono, em Paris. Um ano depois, eles se organizaram numa exposição no Salão dos Independentes. Foi quando o grupo recebeu o nome les fauves, expressão que em francês quer dizer as feras.
Eles também chegaram a ser chamados de selvagens. O apelido pejorativo foi uma ideia do renomado crítico de arte Louis Vauxcelles (1870-1943). Desta forma, Vauxcelles tentou expressar em palavras, a sensação que teve ao observar uma única obra clássica, cercada por outras pinturas, estas fauvistas.
A importância do fauvismo na cena artística mundial pode ser explicada, em parte, pelas suas características mais marcantes que são:
- Exaltação das cores puras, sem misturas e de modo a delimitar, dar volume, relevo e perspectiva às obras;
- Prevalência de temáticas leves;
- Forte presença de cores vivas e intensas;
- Pinceladas fortes;
- Descompromisso com a realidade das cores
- Linhas e cores sem linearidade.
Agora, conheça os principais artistas representantes do fauvismo e suas obras
Paul Cézanne (1839-1906)
Cézanne nasceu em 1839 na cidadede Aix-en-Provence, na França. Já com 10 anos começou a fazer aulas de desenho. Entrou para a faculdade de Direito, mas em 1861 mudou-se para Paris, om o objetivo de estudar na escola de Belas Artes.
Mais tarde, se candidatou para a Académie Suisse. Ali conheceu e conviveu com vários artistas do movimento impressionista, entre eles, Édouard Manet, Pierre-Auguste Renoir e Jacob Abraham Camille Pissarro. Cézanne participou de exposições com os impressionistas.
Cézanne faleceu em outubro de 1906. Somente depois disso, suas obras passaram a ter o reconhecimento merecido. De lá pra cá, vem sendo considerado um dos maiores pintores modernos de todos os tempos.
Henri Matisse (1869-1954)
Nascido em 31 de dezembro de 1869, em Le Cateau-Cambrésis, na França, Henri-Émile-Benoît Matisse cresceu em Bohain-en-Vermandoi. Em 1888, foi estudar Direito na Universidade de Paris, mas teve que interromper seus estudos por razões de saúde. Foi, então, que passou a se dedicar à pintura de forma recreativa.
Em 1894, realizou sua primeira exposição particular, na Galeria Vollard. E em 1895, entrou para a Escola de Belas Artes de Paris. A consagração local veio em 1896. Teve suas pinturas no Salão da Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Expoente máximo do movimento artístico fauvismo, Matisse foi além de pintor, também escriturário, cenógrafo, gravurista, ilustrador e escultor. Se aprimorou em cursos e viagens pela Argélia, Inglaterra, Itália, Alemanha, Marrocos, Rússia, Estados Unidos, entre outros países. Mesa de jantar (1897) é um dos seus quadros famosos.
Georges Braque (1882-1963)
O pintor francês Georges Braque deu início ao cubismo, também importante movimento de arte moderna do século 20. Ele nasceu em Argenteuil, perto de Paris, na França. O pai trabalhava em uma pequena empresa que fazia trabalhos decorativos.
Aos 8 anos, o pequeno Georges Braque foi com a família para Havre, onde treinou para ser pintor e decorador de casas. Aos quinze, começou um curso noturno na Academia de Belas Artes Le Havre. Depois mudou-se para Paris e ingressou na Académie Humbert e na Escola de Belas Artes.
As primeiras obras são impressionistas, mas em 1906 aderiu ao fauvismo. Entre as obras deste período, destaca-se O porto de L’ Estaque, Paisagem de L’ Estaque e Le olivier pres de L’ Estaque.
Qual o legado do fauvismo na arte?
Mesmo o fauvismo tendo ficado mais restrito à Europa, a corrente influenciou alguns artistas no Brasil. Entre eles, Artur Timóteo que começou a pintar com as cores bem marcantes ao estilo fauvista. Foi certamente influenciado no período que passou na França
Com pouca duração, o movimento que representava a ousadia e a liberdade de feras selvagens, como preferiu chamar o crítico de arte da época, deixou um legado em termos criativos.
O papel desta fundamental corrente artística para as artes plásticas, especialmente na pintura e explorando as cores de maneira inovadora, teve forte influência no trabalho de representantes do expressionismo alemão. E até mesmo em pintores expressionistas franceses.
O que não é pouco e prova definitivamente sua importância no cenário artístico global. Inclusive, outros movimentos artísticos que têm a liberdade como bandeira, receberam igualmente influência do fauvismo. Aqui podemos citar a arte neif, estilo no qual se expressaram artistas sem formação acadêmica sistemática.
A arte neif é um tipo de expressão que não se enquadra nos moldes acadêmicos, nas tendências modernistas, ou no conceito de arte popular.
Agora que você já conhece bem o fauvismo na arte, sua origem e legado, visite nosso blog ou rede social!