Qual a relevância do cubismo na arte? Neste artigo, vamos mostrar que este movimento rompeu com o ideal de perfeição das formas caracterizado por correntes anteriores, como a renascentista. E que Pablo Ruiz Picasso, o pintor, escultor, ceramista e cenógrafo espanhol que passou a maior parte da sua vida na França, tornou-se o maior expoente do cubismo.
Inclusive, todo o talento deste grande artista pode ser conferido na mostra Imagine Picasso, exposição imersiva única que fica no MorumbiShopping, em São Paulo, de 9 de março a 18 de junho.
Trata-se de uma homenagem. Afinal, o ano de 2023 marca os 50 anos da morte do artista espanhol. A mesma exposição já passou por Lyon (França), Quebec e Vancouver (Canadá), Atlanta e San Francisco (EUA) e Madri (Espanha), com sucesso de público por onde passou.
Importância do cubismo na arte
Vale lembrar que o cubismo na arte foi uma corrente artística que teve como país de origem a França. Forte movimento no começo do século XX, englobou, principalmente, as artes plásticas. Mas teve também influência na literatura e na poesia da época.
O estilo revolucionou a história ao propor uma estética única. Adicionalmente a isso, rompeu com o ideal de perfeição das formas, caracterizado por correntes anteriores, como a renascentista.
Em suas criações, os artistas cubistas priorizavam seus pontos de vista. Por exemplo, ao retratar um rio, este seria uma fonte de inspiração. Eles o retratavam sob ângulos diversos, de lado, de cima e até de ponta cabeça. Um dos aspectos mais marcantes do cubismo na arte era a elaboração de todo o trabalho numa mesma superfície.
Confira as características singulares da arte cubista:
- Presença de formas geométricas e linhas retas;
- Quebra da perspectiva tradicional;
- Forma ousada de fazer arte;
- Sobreposição de figuras;
- Desvinculação com a realidade;
- Valorização da fragmentação;
- Expressão baseada no exercício mental;
- Caráter experimental.
O cubismo na arte está associado a um tratamento geométrico das formas da natureza. Elas passam a ser representadas pelos objetos em todos os seus ângulos no mesmo plano. Constituindo-se, assim, numa figura em três dimensões. Há, ainda, uma predominância das linhas retas, modeladas basicamente por cubos e cilindros.
A técnica renúncia à perspectiva e no plano conceitual, o cubismo na arte pode ser considerado a expressão que privilegia o exercício mental para afirmação das ideias. Ao romper com a perspectiva consagrada das linhas de contorno, a natureza passa a ser retratada simplificadamente.
A abstração sobre os atributos estéticos da obra recusa a ideia de arte enquanto pura imitação da natureza. Como estilo, o cubismo abandona distinções entre forma e fundo e a noção de profundidade. As naturezas mortas urbanas e os retratos são usados pelos pintores cubistas como recursos para experimentar e criar.
O que Picasso pode nos revelar sobre o cubismo
“Eu não pinto as coisas como as vejo, mas como as penso.” A célebre frase de Picasso revela muito sobre o cubismo. O artista sempre representou a realidade por meio de formas geométricas, abandonando a perspectiva. Foi renomado pela grande ruptura com as escolas tradicionais onde estudou, como o realismo.
O primeiro trabalho de Picasso na vertente do cubismo foi “Les Demoiselles d’Avignon”, obra criada depois de visitar a exposição de Paul Cézanne. Ele divide o posto de pai do movimento com Georges Braque e foi tão inovador quanto M. Duchamp.
O cubismo de Pablo Picasso pode ser dividido em duas etapas para maior compreensão: analítica e sintética. A analítica tem esse nome por analisar formas no modo plano. Foi desenvolvida com Georges Braque. Já a sintética se refere a colagens. Por meio de fragmentos, se criava o quadro adicionando poucas linhas para completar a imagem.
As obras de Pablo Picasso são muito valiosas, sendo que “As Mulheres de Argel” é o quadro mais caro já leiloado na história: nada mais, nada menos que US$ 179,3 milhões.
5 obras de Picasso
1 – Guernica (1937)
Este painel talvez seja a mais famosa obra de Pablo Picasso. Foi feita para a Exposição Internacional de Paris. O grande ícone do seu legado mede 350 por 776 cm e retrata o bombardeio da cidade espanhola homônima em 1937 por aviões alemães.
As cores utilizadas, preto, branco e tons de bege e azul, simbolizam o sofrimento dos espanhóis com o ataque. A pintura está exposta no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madrid.
2 – Autorretrato (1907)
O autorretrato de Picasso é apontado como a obra que anteviu o movimento cubista. Os traços são de espessura grossa e rápida. E o contraste com o plano de fundo transmite a noção tridimensional à figura, o que não existia até então.
As cores vivas e alegres estão de acordo com o olhar jovial e expressivo que estampa o retrato de Picasso. A obra encontra-se na Galeria Nacional de Praga, na República Tcheca.
3 – Natureza-Morta Com Crânios de Touros (1942)
Esta obra foi pintada durante a 2ª Guerra Mundial, que comoveu profundamente Picasso. Representa o crânio de um boi, que parece ser dotado de uma expressão de horror e medo.
A figura em contraste com as cores fortes, em tons azulados e violetas, é considerada uma alegoria do sentimento de impotência que tomava conta do artista. A obra está alocada no Museu Kunstsammlung, na Alemanha.
4 – Three Musicians (1921)
“Three Musicians” ou “Três Músicos” em português, é o nome dado a duas versões da mesma obra. A inspiração surgiu durante uma viagem de Picasso a Fontainebleau, na França. As pinturas são consideradas a representação do estilo conhecido como “Cubismo Sintético”, marcado pelo uso de cores fortes e formas mais decorativas.
Uma das telas está disponível no Museu de Arte Moderna, em Nova York. Enquanto a outra foi alocada no Museu de Arte da Filadélfia, também nos Estados Unidos.
5 – Maternidade (1901)
O quadro “Maternidade” é descrito como a obra mais importante do “período azul” de Picasso. Representando uma mãe amamentando um bebê, especialistas a definem como símbolo da força emocional da maternidade, apesar da frieza dos tons azulados empregados pelo autor.
A obra foi vendida por 24 milhões de dólares em Nova York, no ano de 1988. A coleção particular da qual faz parte é desconhecida.
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