O quiet luxury pode ser traduzido por luxo discreto. É uma tendência que vem ganhando força. E uma das razões apontadas para isso é a economia mundial que atravessa um período de muita volatilidade e incertezas.
Independentemente dos motivos, fato é que sai o “vestir dopamina”, movimento que se firmou nos últimos anos, para entrar o quiet luxury. Vamos entender melhor o que é isso e um pouco de história?
Essa postura e estilo de vida não começaram agora. A origem do quiet luxury se deu na França, no século XVIII. E também permeou a Era Dourada dos Estados Unidos no século XIX.
O luxo discreto também dominou a moda, tornando-se tendência em alta, mais recentemente, na crise econômica de 2008. E neste 2023 retorna com intensidade em tempos quando ostentar opulência, além de um risco, é uma atitude mal vista pela sociedade.
O quiet luxury, além de discreto, é suave, tátil e namora o minimalismo. Porém, segundo a Vogue, “é menos austero que esse e mais polido do que o normcore”. Outra característica importate do quiet luxury é o fato de se configurar em uma tendência absolutamente sem logotipos.
Isso quer dizer que bolsas da Prada, artigos da Fendi e o tênis Balenciaga saem de cena devido à superexposição de logos. Esse estilo causou a fabricação de grande leque de produtos falsos que chegam muito perto da perfeição e desvalorizam as marcas
A elite rica que consome marcas como Louis Vuitton, Hermès, Dior, Fendi e Armani as acompanham porque são grifes que vendem o quiet luxury há anos. Afinal, suas roupas são caracterizadas pela mais alta qualidade. E entregarem sofisticação, atemporalidade e discreção. Tudo ao mesmo tempo.
Quiet luxury: estética que privilegia peças de luxo minimalistas
Como estética que privilegia peças de luxo minimalistas, o quiet luxury não combina, em hipótese alguma, com extravagâncias visuais. Nele vale a máxima: quem entende de moda e está inserido na alta classe social sabe reconhecer as peças de grifes, de longe. Ou seja, não precisa ostentar e nem exagerar.
Já que comentamos sobre marcas de alto luxo, o minimalismo discreto também ganha espaço nas coleções da grife Bottega Veneta. O designer franco-belga Matthieu Blazy assinou a apresentação em Milão, unindo movimento e emoção. No desfile, a elegância e a praticidade caminharam juntas.
Outro exemplo do quiet luxury privilegiando peças de luxo minimalistas é quando uma pessoa demonstra uma atitude antiglamour. Exibe um visual que embora pareça bem simplezinho, contempla amplas calças, camisa cáqui, camiseta branca e shorts jeans. E inclui uma composição finíssima, livre de acessórios, leve e com zero excessos.
Fácil de notar, também, que há poucas estampas e misturas de cores nas roupas. O que se destaca no quiet luxury é o monocromático. Que, como veremos mais adiante, é sinal de requinte, sutileza e distinção.
Aderindo ao quiet luxury
A melhor forma de aderir ao quiet luxury é equilibrar o diverso e o individual, além de abusar do savoir-faire italiano. Os adeptos do luxo discreto preferem os estilistas que usam técnicas de confecção modernas, quase artesanal, mesclando passado e presente. Os padrões abstratos e futuristas podem se misturar a elementos dinâmicos como franjas, por exemplo.
As peças que transmitem movimento também são bem-vindas no quiet luxury. Nos calçados, por exemplo, a silhueta é aerodinâmica. Enquanto as bolsas são de couro e assimétricas.
O luxo não é algo que deve ser reservado para ocasiões especiais. Ao contrário, é uma experiência subjetiva, que pode ser estimulada no cotidiano.
Para aderir ao quiet luxury, uma coisa é certa: o ideal é optar por marcas que colocam a qualidade em primeiro lugar entre suas prioridades. Mas é sempre bom lembrar que o quiet luxury é luxo e este custa bem caro.
Não é todo mundo que consegue pagar por isso. Uma boa saída é correr atrás de empresas nacionais que colocam peças mais cleans no mercado. Isso é sofisticação. As cores neutras e as modelagens com acabamentos finos e over size também integram o universo quiet luxury.
Estética quiet luxury
Isso prova o quanto a moda é sintonizada às dinâmicas sociais. Em tempos de fome assolando muitas e grandes populações, expressões extremas de riqueza estão, no mínimo, fora da moda.
E se estamos falando de uma tendência que preza a sustentabilidade, é preciso ter consciência na hora de consumir. Você pode ser fiel à estética quiet luxury se sempre refletir da seguinte forma na hora de comprar um figurino. Comprando estas peças, corro o risco de usar poucas vezes e estas se estragarem?
Não seria melhor eu esperar mais um pouco e adquirir algo que possa usar por muitos anos, independentemente do que rezar a moda. E assim fazer valer meu alto investimento?
Monocromáticos em alta
Dica bônus: Os looks monocromáticos também são tendência em alta na moda quiet luxury. Subvertendo as combinações queridinhas de 9 entre dez estilistas famosos, o preto com branco, o uso de 2 ou mais cores abrem espaço para uma cor só.
Além de transparecer jovialidade, o visual monocromático é capaz de deixar os corpos aparentando mais alongamento. Já reparou como as peças de alfaiataria ganharam as principais vitrines? Camisa com blazer sobreposto e calças sociais da mesma cor imprimem um aspecto discreto e fino.
E lembe-se: a cor que mais combina com você é aquela que valoriza seus olhos, cor de pele, cabelo e sobrancelhas. O que fica bom pra um não necessariamente cai bem no outro. Use e abuse do verde, amarelo, azul bic e roxo. Mas uma cor de cada vez.
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