O corpo na arte: simbolismos, tradição e contemporaneidade

Você já parou para pensar na representação: o corpo na arte? Seja nas pinturas rupestres ou nos quadros mais valiosos da história, a figura humana sempre marcou sua presença nas obras de grandes artistas.

Estamos falando de trabalhos de escultura, pintura e, até mesmo, fotografia — sendo excelentes para nos ajudar a observar não somente os padrões de cada período, como também, o modo como as pessoas se expressavam em suas épocas.

Pensando nisso, decidimos vir até aqui para te convidar a mergulhar nesse universo. Hoje, vamos falar mais sobre a presença do corpo na arte desde os primórdios até os dias atuais, bem como os principais artistas que apostaram nesse recurso. É só acompanhar a leitura e se atualizar.

A representação: o corpo na arte

Não é de hoje que temos notado uma forte presença do corpo na arte. Ao longo da história, a humanidade pôde conferir inúmeras representações da figura humana em diferentes períodos e escolas artísticas. Algumas, mais sutis e enigmáticas; outras, por sua vez, repletas de ousadia.

Seja como for, uma pergunta comum entre os apaixonados pelo assunto é: “quando o corpo começou a ser visto no mundo artístico?”.

Bem, a princípio, e de acordo com os registros, as primeiras representações que temos conhecimento dizem respeito às famosas Vênus, originárias da era paleolítica. Esse é o caso da Vênus de Willendorf, uma escultura pequena, com proporções um tanto irreais e que, acima de tudo, servia como um retrato da anatomia feminina.

Desde a sua descoberta, os estudiosos acreditam que as suas formas foram baseadas em um autorretrato, sendo fiel ao modo como as mulheres do período pré-histórico observavam os seus corpos.

No entanto, e obviamente, a representação do corpo na arte não parou por aí. Desde então, a estrutura humana foi sendo vista em diversos padrões, possibilitando que a população de épocas posteriores pudesse estudá-la e, com isso, entender a sua importância na história da arte e das sociedades de diversas civilizações.

o corpo na arte

Outros exemplos

Um grande exemplo do uso do corpo na arte está nas obras típicas dos egípcios — um povo que possuía um padrão estético rigoroso. Na maioria das vezes, as suas representações da anatomia humana eram desenvolvidas com o rosto em posição lateral, contando apenas com um olho. A metade superior do corpo, por sua vez, era produzida de frente, com os pés de perfil, apenas contornados.

A ideia era que, a partir desses detalhes, a ilustração conseguisse incluir todos os elementos importantes para a cultura egípcia, como os olhos, o coração e, até mesmo, a altura de cada indivíduo, de acordo com a sua classe social.

Mais tarde, outros períodos artísticos surgiram e, com eles, as suas características próprias nas representações do corpo humano. Entre eles, destacamos a pintura renascentista, que foi amplamente influenciada pelo período greco-romano. Nessas obras, não é difícil notar que a anatomia carregava um visual rico em detalhes, complexo e pronto para destacar todos os detalhes corporais: dos fios de cabelos aos músculos mais volumosos.

O corpo como forma de tradição e contemporaneidade

Engana-se quem imagina que o corpo na arte é visto somente em pinturas ou esculturas muito bem detalhadas, como aquelas que podemos encontrar nos museus mais visitados da Europa ou da América do Norte. Pelo contrário! Há séculos, os seres humanos adotaram a inscrição corporal na natureza como uma maneira de se expressar.

Para exemplificar, voltamos no tempo até os períodos mais remotos — quando indivíduos de diferentes tribos utilizavam pigmentos nas palmas de suas mãos, a fim de carimbar rochas e demais superfícies. A ideia era que, com essa prática, eles conseguissem garantir que a sua marca ficasse registrada em diferentes locais, como uma verdadeira prova da sua existência.

Entretanto, nos dias atuais, o corpo na arte já não é representado da maneira tradicional, utilizando pigmentos ou com base em metodologias severamente rígidas. Hoje em dia, é muito mais fácil encontrar representações que utilizam uma ampla diversidade de processos e técnicas, até alcançar a sua materialização.

Tal movimento começou, inclusive, a ser notado com a estética do surrealismo e do cubismo. Dentro desses conceitos, os artistas adotaram novos olhares para as obras artísticas. Alguns, por exemplo, passaram a elaborar novas representações para a anatomia humana, descartando a necessidade de se pensar em uma unidade, mas sim, em fragmentos.

Desse modo, muitos vanguardistas conseguiram transmitir a ideia de um corpo apenas utilizando preenchimentos delicados ou poucas linhas em suas figuras. A ideia, portanto, era que esses traços conseguissem representar alguns membros, levando o espectador a vislumbrar o corpo inteiro.

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3 artistas que exploram o corpo na sua arte

Felizmente, não faltam nomes de artistas que, ao longo de suas trajetórias, buscaram explorar o corpo na arte. A seguir, te contamos quais são alguns deles.

1. Sandro Botticelli

Italiano, o pintor renascentista ficou conhecido por criar obras com temáticas religiosas, mitológicas e místicas. Em muitos quadros, ele retratava pessoas que eram famosas na época, principalmente os nobres e burgueses. Na obra “O Nascimento de Vênus”, ele coloca o corpo feminino no centro da tela, mostrando uma preocupação quase helenística com a valorização do físico.

2. Picasso

Em muitas de suas obras, como “As Meninas de Avignon”, Picasso mostrou para o espectador que, para representar a anatomia humana, não era obrigatório manter um compromisso fiel com proporção realista da figura humana. Ou, tampouco, com as características físicas de um indivíduo, como acontecia no período greco-romano. Muito além disso, os seus quadros exibiam abstrações, medidas desproporcionais, estruturas geométricas, e, em alguns casos, colagens.

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3. Keila Sankofa

Atualmente, também temos a artista Keila Sankofa, que vem trabalhando o corpo na arte, mais especificamente, o negro, por meio da fotografia contemporânea. Em seus trabalhos, é possível identificar a presença do físico em diferentes instâncias e com a possibilidade de transmitir os mais variados sentimentos ao espectador: cuidado, afetividade e liberdade.

E então, após esse conteúdo completo, você conseguiu entender mais sobre a presença do corpo na arte e os seus principais artistas ao redor do globo? Esperamos que sim!

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