Pouca gente se dá conta, mas existem diferentes estilos arquitetônicos por aí. Aliás, essa variação pode ser vista dentro de nossas próprias cidades, sabia? Ao caminhar pelas ruas, por exemplo, você conseguirá reparar na estética da construção de uma igreja, de um prédio comercial ou, simplesmente, de um museu importante para a cultura da região.
Em geral, esses visuais apresentam características únicas, influenciadas pelo trabalho de diferentes criadores. E, dentro desse universo, não podemos deixar de citar a arquitetura expressionista.
Considerado muito além de uma simples proposta de estilo, esse modo de construção consiste em um verdadeiro movimento, muito presente na Europa e que, aos poucos, também passou a ser visto em outros lugares do mundo — sendo, atualmente, considerado um dos três estilos predominantes da arquitetura moderna.
Assim, se você gosta do assunto e deseja aprender mais sobre ele, o que acha de se aprofundar nas características da arquitetura expressionista? Hoje, te contamos mais sobre essa forma de arte e os seus traços mais marcantes. Acompanhe!
A história e o legado desse movimento vanguardista
Para entender o que é a arquitetura expressionista devemos, primeiramente, compreender um pouco mais da história mundial. De modo geral, esse modo de expressão surgiu na Europa, no começo do século XX, principalmente em países como a Alemanha, a Áustria, a Dinamarca, a Holanda e a República Tcheca.
Estamos falando de um movimento interessantíssimo, contemporâneo de outras expressões igualmente relevantes, como a arquitetura construtivista e a própria arquitetura moderna. Inicialmente, as pessoas consideravam como parte da arquitetura expressionista todas as construções desenvolvidas ao longo de 1910 até 1924. Contudo, o tempo passou e essa exigência foi revista, sendo ampliada para o período que envolve os anos de 1905 até 1960.
Mas afinal, como surgiu esse movimento? É simples. Basicamente, o estilo foi criado em paralelo ao expressionismo, durante e após a grande Primeira Guerra Mundial. Nesse cenário, toda a população artística estava engajada em ajudar as pessoas a entender o que estava acontecendo no mundo — e, então, eles utilizaram as construções como principal meio de comunicação.
Porém, esse projeto não aconteceu com tanta facilidade assim, por conta de alguns problemas econômicos que permeavam o período, boa parte dos projetos originários da arquitetura expressionista não foram colocados em prática. De todo modo, foi no universo do cinema e do teatro que muitos artistas encontraram uma solução para criar e divulgar as suas obras expressionistas.
Nomes da arquitetura expressionista
Um dos grandes nomes que marcaram o período da arquitetura expressionista foi Erich Mendelsohn. Polonês, o seu primeiro contato com esse movimento ocorreu graças a influência de um amigo — o arquiteto estadunidense Frank Lloyd Wright. Para quem não sabe, a maior obra construída por Erich é a Einsteinturm, popularmente conhecida como Torre de Einstein.
Construída em 1917, a criação está localizada na cidade de Potsdam, na Alemanha. Entretanto, Erich era originário de uma família judia e, por isso, precisou partir para a Inglaterra e, depois, para os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Já na cidade de São Francisco, o artista conseguiu desenvolver uma série de projetos, especialmente aqueles destinados à comunidade judaica.
Obviamente, não termina por aí. Ao lado de Erich, existem outros nomes importantes e que se destacaram nas criações da arquitetura expressionista. Entre eles, vale destacar Walter Gropius, Bruno Taut, Mies van der Rohe e Hans Poelzig.
Características da arquitetura expressionista
Agora, você deve estar se perguntando: “afinal, quais são as principais características de uma obra que pertence à arquitetura expressionista?“.
Bem, nesse caso, existem vários fatores que podem — e devem! — ser levados em consideração, sempre tendo como foco a inovação e os volumes, muitas vezes, bastante incomuns.
Abaixo, listamos os principais traços que conseguimos encontrar nas criações do movimento. Veja!
- Elementos, cores e formas distorcidos, em busca de um efeito emocional do espectador;
- Procura por resultados novos, visionários e superoriginais;
- Predisposição para o estilo gótico;
- A arquitetura é sempre vista como uma obra de arte;
- Inspiração na arte egípcia, romana, indiana, grega e islâmica;
- Zoomorfismo, ou seja, a criação de construções em formato de animais;
- Antropomorfismo, que consiste na criação de edifícios com formas humanas;
- Visão objetiva e emocional do mundo;
- Uso da plasticidade no concreto;
- Monumentalidade.
E mais! Na arquitetura expressionista, ainda podemos identificar outras mudanças que valem o destaque. Entre elas, o amplo uso de novos materiais, como é o caso do vidro, do aço e do tijolo. Já nos dias atuais, é considerada parte da arquitetura expressionista toda e qualquer construção que conte com detalhes distorcidos, bem como fragmentações ou, até mesmo, a busca pela comunicação emocional-violenta com o público.
Construções da arquitetura expressionista
Felizmente, existem diversas construções da arquitetura expressionista que podem ser encontradas por aí. Muitas delas, aliás, estão no Brasil, sabia? Estamos falando de algumas obras criadas por alemães, especialmente no estado de Santa Catarina.
Os nomes dos criadores são Dominikus e Gottfried Böhm, ambos responsáveis por desenvolver projetos únicos para as cidades de Brusque e Blumenau. Nessas localidades, é possível observar as famosas igrejas de São Luiz Gonzaga (Brusque) e a São Paulo Apóstolo (Blumenau).
Nessas construções, identificamos várias características típicas do expressionismo, como o uso da dramaticidade, vários elementos góticos e até os contrastes de sombra e luz. Superlegal!
Porém, é claro que não termina por aí. Muito além dessas edificações, existem outros projetos interessantes da arquitetura expressionista e que podem ser conferidos durante um passeio ou viagem. São eles:
- Torre de Einstein (Erich Mendelsohn), localizada em Potsdam, na Alemanha;
- Casa da Navegação (Johan Van der Mey, Piet Kramer e Michel de Klerk), localizada na Holanda;
- Pavilhão de Vidro (Bruno Taut), criado para a Exposição Werkbund, em Colônia.
E então, após essa leitura você conseguiu entender o que é e quais são os diferenciais da arquitetura expressionista? Agora, temos certeza de que os seus passeios mundo afora ficarão ainda mais interessantes, já que será possível observar atentamente as construções e, a partir disso, identificar os seus estilos.
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