Por que Kandinsky é tão importante na história da arte abstrata?

A história da arte abstrata teve início há mais de 100 anos e se confunde com o Movimento Modernista, originado na Europa. Conhecida também como abstracionismo, a arte abstrata não representa uma visão precisa da realidade, ou seja, não simboliza objetos próprios de autenticidade concreta.

No entanto, a arte abstrata abusa de formas, cores, texturas e marcas gestuais para alcançar seu efeito. Estampando assim uma ruptura artística em relação aos padrões tradicionais.

A história da arte abstrata divide-se em abstracionismo informal e abstracionismo geométrico. No informal predominam os sentimentos e as emoções. Suas cores e formas são criadas livremente, com unidade e harmonia.

Já no abstracionismo geométrico destacam-se as formas geométricas e as cores, organizadas com o intuito de expressar uma concepção igualmente geométrica. Tem como elementos de base, uma superfície plana e as três cores primárias com um pouco de preto e branco.

Wassily Kandinsky: um dos principais precursores da história da arte abstrata

O fundador e consolidador da arte abstrata no mundo foi o artista russo Wassily Kandinsky, também teórico e professor da Bauhaus, escola alemã de Design, Arte e Arquitetura. Levou a seus alunos temas importantes como a teoria das cores, as relações sinestésicas entre músicas e artes plásticas e as composições não-figurativas.

O artista acreditava em teorias metafísicas, formando em suas obras um pensamento místico, mágico e espiritual que priorizava os valores interiores. Kandinsky expôs suas primeiras pinceladas abstracionistas por volta de 1910.

Suas pinturas eram caracterizadas pela falta de definições e contornos figurativos, deixando transparecer um toque musical e salientando os traços abstratos que marcaram a história da arte abstrata.

Agora que você já conhece um pouco do artista abstrato Wassily Kandinsky, confira 10 das suas principais obras

história da arte abstrata

O cavaleiro azul (1903)

Movimento e cores vivas são as principais características dessa obra de Kandinsky. A tela tem o nome do grupo de pintores expressionistas que o artista fundou, posteriormente, com Franz Marc. Pintura mitológica, a óleo sobre tela mostra um cavaleiro vestido com uma capa azul, a cavalgar por um campo verde.

Beleza russa em uma paisagem (1905)

O pintor elaborou esta tela com elementos românticos, inspirado no folclore e na arte tradicional do seu país. A obra traz a figura de uma noiva russa, cujo vestido é trabalhado com pontos coloridos de vários tamanhos. Esses detalhes parecem se misturar com o cenário, porém sem tirar a mulher do foco.

Primeira aquarela abstrata (1910)

Esta tela inaugura definitivamente o ciclo da história da arte abstrata não-figurativa, inaugurando o abstracionismo na arte ocidental. A obra é composta por um conjunto de linhas, cores e formas que remetem a coisas sem identidade. No entanto, a união entre esses elementos demonstra uma perfeita harmonia.

Composição VII (1913)

Esta obra representa o auge dos trabalhos artísticos da Primeira Guerra Mundial. A pintura mostra uma forma oval e de impressão de movimento – o centro de um furacão – ligada por um retângulo irregular e rodeada por cores e formas.

Estas últimas tinham um significado puramente espiritual para Kandinsky, eliminando qualquer semelhança com o mundo físico. Para criar esta pintura, o autor executou mais de 30 desenhos e aquarelas. Pintou ainda cerca de dez quadros a óleo de 15 variantes de temas como dilúvio, ressurreição e Juízo Final.

Fuga (1914)

Esta tela representa dinamismo, cores, linhas e formas curvas. Ela foi criada em uma importante fase da trajetória do artista e também do mundo, época em que a Primeira Guerra Mundial começava a abater a Europa e Kandinsky saiu da Alemanha.

Mais tarde, o autor se separou de sua esposa Gabriele e foi para Rússia, onde conheceu sua nova e futura esposa, Nina Andreievskaya. Da união nasceu o filho Vsevolod, que morreu aos 3 aninhos. Em 1917, Kandinsky passou a trabalhar para o governo de Lenin como um dos criadores do Instituto de Cultura Artística.

Composição VIII (1922)

O artista passa da cor para a forma como elemento dominante de sua obra. As formas contrastantes dão equilíbrio dinâmico à tela. Esta obra é constituída por formas geométricas acentuadas pelo uso de cores diferentes. O destaque é o círculo, símbolo da perfeição que passou a ser fundamental na pintura do artista.

O arranjo formal dos elementos lembram uma paisagem, podendo o círculo multicolorido à esquerda ser um sol que se põe atrás das montanhas representadas esquematicamente pelos ângulos.

Vários Círculos (1926)

Círculos de várias cores contrastam com o fundo escuro, criando uma espécie de cosmos e simbolizando a busca da espiritualidade na pintura. Essa composição transmite infinito, eternidade e variadas possibilidades na criação artística. Para o artista, o círculo é aquele que se direciona claramente para a quarta dimensão.

Para Cima (1929)

Apresenta uma estrutura predominantemente geométrica com cores suaves. Sua construção é composta de linhas retas e uma metade superior marcando a curva. A forma se eleva em torno de um eixo vertical, localizado no centro. O efeito de elementos que crescem em zigue-zague alternam formas cheias e vazias, além de cores quentes e frias.

Composição X (1939)

Obra criada por Kandinsky na França. Apresenta um fundo preto para realçar o impacto visual das formas onduladas de cores vivas em primeiro plano. O autor passou a expandir a cor preta como evocativo do cosmo e da escuridão no final da vida.

Os planos ondulantes da cor chamam expressam os organismos microscópicos e os sentimentos emocionais e espirituais internos. Mesmo com muitos elementos abstratos, é possível identificar na obra algumas figuras do mundo real como lua, balão e livros. Esta obra é a última das suas composições e considerada a mais complexa do artista.

Azul do Céu (1940)

Para o pintor russo, quanto mais escuro o tom da cor, mais intenso fica o desejo do ser humano pela eternidade. Esta obra, criada quatro anos antes do pintor falecer, apresenta figuras híbridas, semelhantes a pássaros e peixes.

Outras interpretações identificam microorganismos multicolores e plânctons. O fundo azul traduz harmonia, sonho e eternidade à obra.

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